quarta-feira, julho 21

VILAR de MOUROS 2004

Cá estou eu de novo. Estive no mitico VILAR de MOUROS FEST pelo oitavo ano consecutivo...
Aqui está o que escrevi no Diário do Alentejo:
As fotos vão estar esta semana no site: www.hardheavy.com

FESTIVAL VILAR DE MOUROS 2004 
  O VIII Festival de Vilar de Mouros aconteceu na passada semana em Caminha. O DA esteve presente!
dia 16 (sexta feira)
Começo morno
 O primeiro dia do festival  arrancou na sexta feira  nesta pacata localidade do concelho de Caminha no Alto Minho.
Este ano muita coisa mudou, desde o apoiante oficial a Super Bock, até ao palco secundário este ano a cargo da Câmara Municipal de Caminha e com um programa algo diversificado, que inclui bandas de rock da região, música popular e danças de salão.
A entrada para o enorme recinto este ano faz-se depois da ponte romana e pode-se acampar, tomar banho no rio e ver o palco secundário à borla. Só para o palco principal é necessário um bilhete válido.
O cartaz  foi algo mais pobre e os nomes sonantes Peter Gabriel, The Cure e Bob Dylan se calhar não serão suficientes para a enchente de outros anos. O tempo esteve bom, algo fresco à noite e com alguns mosquitos que deram que fazer a quem não tinha repelente.
O português Rão Kyao teve a honra de abrir o festival com pouca gente no recinto e ainda de dia. As malhas acompanhadas à flauta de bambu serviram de óptimo aperitivo em quase uma hora de concerto.
Depois os Toranja debitaram também uma hora de pop rock e dezasseis músicas incluindo uma versão bem conseguida de “Chaga” dos Ornatos Violeta de boa memória.
A banda teve ainda o mérito de meter o povo a cantar os versos de “Carta”, num espectáculo muito bonito.
O primeiro estrangeiro em palco foi o excelente Peter Gabriel que chamou ao recinto principal mais de 10.000 pessoas, numa massa humana bastante interessante e que rendeu homenagem ao músico com muitos aplausos. Peter Gabriel agradeceu amiúde em português e desfilou todos os êxitos da sua carreira com destaque para “Games Without Frontier” e “Biko” já em encore.
A noite pertenceu depois por direito aos Chemical Brotheres e à música de dança, com muitos fãs no recinto que se renderam aos sons sincronisados da maquinaria. Muita luz, um palco bem arrumado com os dois DJ em destaque e ainda alguns lasers a cruzar a noite fizeram as delicias do público acostumado a estes ritmos.
dia 17 (sábado)
The Cure convencem
O segundo dia do Festival Vilar de Mouros decorreu  da melhor maneira e o cabeça de cartaz Robert Smith e os The Cure chamaram ao recinto nas margens do rio Coura cerca de 15.000 pessoas.
O dia começou cedo com o palco secundário a debitar música tradicional, grupos e cantares da região,  e ainda um grupo de bombos, logo de manhã.
Depois à tarde foi a vez de uma banda tributo aos Ramones, os Stowaways e os Spincity oriundos desta zona.
No palco principal actuaram os Fingertips a partir das 20 horas ainda com pouco público na assistência. Derivado aos vários hits do seu álbum de estreia “All About Some And Mirrors” passarem muito nas rádios, a bana é muito popular. A música usada num  comercial de cerveja na TV também caiu bem em Vilar de Mouros e nem a voz de falsete do vocalista fez afastar os muitos fãs que já estavam no recinto quando os Fingertips terminaram a sua actuação.
Depois foi a vez do rapper Ice T dedicar a sua actuação aos companheiros nos Body Count “quase a lançar um álbum novo” disse! A actuação foi morna, para quem está habituado a riffs de guitarra e ao matraquear da bateria.
Os Clã e Manuela Azevedo podem gabar-se de terem incendiado literalmente Vilar de Mouros com o seu concerto de mais de uma hora. Os temas “H2Homem”, “GTI”, “Corda Bamba”, “Sopro do Coação” fazem dos Clã uma das formações nacionais de maior valor. O mérito cresceu quando entoaram a versão de “Capitão Romance” dos Ornatos Violeta.
A fechar esteve um senhor que responde pelo nome de Robert Smith… os The Cure tinham muitos fãs no recinto e Smith entrou em palco na penumbra e olhou nos olhos toda a gente da frente de palco. Só depois começou a cantar “Plainsong”. Depois pegou na guitarra e debitou “Labyrinth”… muito bom diga-se de passagem.
A banda fez o gosto os fãs e esteve em palco quase duas horas com direito a dois encores.
A construção do troço de estrada entre Caminha e Valença, que passará nesta região vai de certeza complicar a realização do festival no próximo ano.
 
Dia 18 (domingo)
PJ Harvey termina em apoteose
Terminou no passado domingo a oitava edição do Festival Vilar de Mouros.
Nomes sonantes como PJ Harvey, Macy Gray e Bob Dylan fizeram rumar ao mais antigo festival de verão muita gente ávida de se divertir, ouvir boa músia e beber uns copos com os amigos.
A enchente esperada para ver Bob Dylan aconteceu mesmo e o recinto compôs-se com quase 20.000 pessoas, um número que agradou à organização, apesar da fraca afluência dos dois primeiros dias.
A oferta diga-se de passagem era muita: palco secundário com duas sessões gratuitas, banhos no rio Coura, campismo gratuito, cinema ao ar livre, concertos variados e claro mosquitos (que este ano voltaram a dar que fazer).
O principal apoio mudou mas o festival pouco sentiu com isso. Os jornalistas é que ficaram a perder no meio disto tudo.... é que nem uma sopinha reconfortante serviram na zona VIP, este ano batizada de Zona Press. A ementa ficou-se pelas cervejinhas e umas salsichas picantes.
O último dia do Vilar de Mouros 2004 foi dedicado à folk com os novatos Polly Paulusma (excelente diga-se de passagem). A moça debitou meia hora de canções e agradou. Depois foi a vez de  Gary Jules que só com voz e guitarra acústica debitou malhas deliciosas, acompanhado a bateria. O povo assistiu sereno e pareceu agradado.
A noite estava no entanto guardada para PJ Harvey que num estado electrificante debitou noventa minutos de bom rock, mostrando o novo trabalho “Uh Uh Her”, e ainda alguns clássicos que caíram como uma bomba no recinto.
Primeiro à guitarra e depois só com a voz PJ, vestindo uma mini saia vermelha fez furor e conquistou os fãs de tal maneira que quase ofuscou as estrelas da noite – Bob Dylan (que não deixou ser fotografado) e Macy Gray que fechou da melhor maneira outra edição do mítico festival minhoto.
O único senão da actuação de PJ Harvey foi não ter voltado em encore.... mas o povo perdoou-lhe essa falha.
De seguida Bob Dylan deu um bom concerto com doze músicas, que ao vivo soaram bem diferentes das originais.
O palco estava sóbrio, com pouca luz, e Dylan optou por tocar sentado ao piano em vez de usar a guitarra como vem sendo hábito.
Apesar da idade (completou recentemente 63 anos), aguentou bem a pedalada dos temas eléctricos e amiúde fez uso da harmónica.
O melhor do show foi sem dúvida “I’ll Be Your Baby Tonight”, “Tangled Up In Blue” e “Like a Rolling Stone” já em encore.
Bob Dylan tem a seguir uma longa digressão nos EUA com Willie Nelson e está de certeza a poupar-se. Fez bem!
A fechar o festival esteve uma senhora da R&B, norte americana de nascimento e que responde pelo nome de Macy Gray.
Foi ao som de muito funk e R&B que Gray fez o povo esquecer-se do cansaço, da poeira e dos mosquitos e em ambiente de festa dançou e agradou, comunicando amiúde com a assistência que não se fez rogada e aplaudiu. O concerto acabou perto das 3 da madrugada.
Apesar das contrariedades da construção do troço do IC1, pensa-se que o nono festival irá para a frente em 2005.
Venha o Sudoeste!
CAMERAMAN METALICO (texto e fotos) 
  
  
  


Comments:
Aprendi muito
 
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